A Base Nacional

A Base Nacional Comum Curricular – BNCC e a Cultura Maker

Muitas vezes ao nos depararmos com propostas de mudanças significativas na área da educação, a primeira reação é de negação, críticas ou descrédito.

Sair da zona de conforto realmente é um grande desafio em qualquer área da vida.

Quando o assunto é um modelo tão arraigado na história como a Escola tradicional, o desafio se torna ainda maior e encontra grande resistência, seja por desconhecimento das vantagens ou mesmo por comodismo.

Pretendemos com esse artigo não somente reafirmar os ganhos para os alunos, mas também destacar que as habilidades desenvolvidas por novos métodos de ensino já são valorizadas e até exigidas em critérios de avaliação nacional e internacional.

A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

De acordo com o presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, em seu livro “A Quarta Revolução Industrial”, a chamada quarta Revolução se iniciou em 2011. Segundo ele, o conceito está ligado ao de Indústria 4.0, modelo empresarial que já tinha como objetivo utilizar todas as tecnologias atualmente disponíveis para gerar conhecimento e produtividade.

“O que batizaram agora como Revolução 4.0 – iniciada em 2011 – tem a ver com a confluência de praticamente todas as tecnologias hoje existentes e que efetivamente estão transformando o mundo de uma forma geral” diz.

Ou seja, as transformações na Indústria resultam numa mudança geral de padrões na sociedade. As habilidades exigidas de qualquer trabalhador passam pelo conhecimento da tecnologia.

Não há que se dizer que balizar a vida das pessoas pelo desenvolvimento da indústria, seja coisificar as pessoas ou relações humanas. O trabalho sempre foi e permanecerá sendo ingrediente fundamental na construção de qualquer sociedade.

A busca pelo sustento através do trabalho continua sendo determinante e é o grande impulso na busca de formação e conhecimento.

Assim, as exigências da nova indústria certamente são motivos suficientes para a busca de um novo molde de formação profissional na escola.

NOVAS COMPETÊNCIAS EXIGIDAS PELA BNCC

A BNCC – Base Nacional Comum Curricular atualizou suas diretrizes e competências, inserindo a maior utilização da tecnologia como competência geral.

“Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais definidas na BNCC devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento.

Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.”

Vamos destacar nesse sentido o contido na competência 5:

“Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.”

Ou seja, adotar o uso de novas tecnologias em sala de aula não é somente uma orientação mas uma direção imposta pela BNCC.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.

Corroborando essa necessidade de adaptação da Escola às novas tecnologias afim de promover o crescimento global do aluno, encontramos o PISA. A partir da próxima avaliação (transferida de 2021 para 2022) irá incluir um teste sobre Pensamento Criativo.

HABILIDADES DESENVOLVIDAS PELA CULTURA MAKER

Uma das habilidades desenvolvidas a partir do Learning by doing (aprender fazendo) é justamente a capacidade de avaliar de forma crítica e criativa a realidade à sua volta.

A Cultura Maker é capaz de desenvolver ainda muitas outras esferas do aluno, como:

  1. Raciocínio lógico
  2. Criatividade
  3. Trabalho em equipe
  4. Domínio da matemática
  5. Concentração
  6. Resolução de problemas de diferentes formas.

Além disso existem outras questões de fundamental importância e que agregam muito no processo de aprendizado como a sensação de pertencimento (o aluno se vê como parte do processo e do conhecimento) e a elevação da autoestima.

Sobre autoestima é preciso fazer uma pausa e uma breve reflexão especial.

A satisfação do poder dizer “eu que fiz” diante de um comentário é algo marcante na vida de qualquer pessoa, ainda que na fase adulta. Sentir-se capaz tem poder transformador.

Um aluno que acredita em suas habilidades, que se vê com o poder de realizar, de fazer, de criar, certamente será menos propenso a desistir frente às dificuldades da vida.

Claro que o uso de novas tecnologias é orientação do BNCC:

E o que muda com a BNCC para a escola?

O material didático utilizado pela escola deverá estar em consonância com a BNCC

A última mudança, mas não menos importante, que trazemos para você é a necessidade de utilizar materiais atualizados e de acordo com a BNCC em sua escola. Além disso, procure por materiais que estejam também em consonância com a realidade das novas gerações, ou seja, que tragam tecnologia relevante e que sejam hiperatualizados.

Entretanto, entendemos que mais que cumprir uma exigência, a escola, o Município e os profissionais da Educação devem desejar abraçar essa causa. Não como um dever mas como uma missão, assim como é para nós da TECMAKER.

É possível explorar a metacognição com design thinking. Um ambiente que favoreça a inovação, atrelado a uma conduta de escuta ativa dos professores poderá trazer grandes resultados.

Nós entendemos que não é simples promover mudanças em uma escola. Muitas vezes vamos encontrar resistência por parte de todos. Argumentos como sobrecarga de trabalho, falta de conhecimento técnico, inadequação à realidade dos alunos da região, podem ser usados para desestimular as iniciativas.

Mas não podemos nos render, especialmente porque não estamos falando de mudanças em uma estrutura simplesmente, estamos tratando de vidas. Precisamos acreditar que é viável promovermos mudanças para que nossos alunos desenvolvam novas habilidades e competências que os preparem para o futuro.

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